quarta-feira, 22 de abril de 2015

Campos - Aldeia e Trilho Pedestre

Somos de datas; das redondas e das outras. Na verdade, do que gostamos mesmo é de festejar, celebrar: a vida, os momentos, as emoções. Para assinalar a felicidade, todas as desculpas são boas!

O Paulo fez 35 anos. É um aniversário redondo, mas mesmo que não fosse, "caiu-nos no colo" a oportunidade de o assinalarmos com a pompa e circunstância que merece. Ou melhor, sem pompa nem circunstância, mas com tempo, calma, calor, amor. Este ano, o aniversário calhou à segunda-feira, e por isso o fim de semana "esticou". Fomos até Campos!






Classificada, desde 2005, como "Aldeia de Portugal", a aldeia de Campos pertence ao concelho de Vieira do Minho (distrito de Braga), estando inserida na Serra da Cabreira. A sua beleza é evidente, tanto do ponto de vista do património edificado, como do ponto de vista da envolvente ambiental. Para além das ruas empedradas, da igreja matriz, da ponte romana, do forno comunitário e dos espigueiros, Campos está em plena harmonia com a natureza: respira-se ar puro, apetece caminhar, descobrir, deixar-se encantar!




Ficámos alojados, durante toda a estadia, na Casa de Campos, reconstruída (respeitando a traça antiga) em 2008 para fins de turismo rural. A casa é composta por seis apartamentos/suites independentes e por ótimas áreas comuns, nomeadamente uma cozinha completamente equipada, uma sala com lareira, um salão para refeições e um terraço com uma vista privilegiada sobre a aldeia e a serra. Apesar de as temperaturas terem estado um pouco baixas na sexta-feira, e de ter chovido durante quase todo o dia no sábado, a qualidade da construção e do isolamento permitiram-nos um conforto permanente, quer de dia, quer de noite!




No domingo, e perante uma manhã soalheira, decidimos fazer-nos ao caminho! Isto é, decidimos ir conhecer o Trilho Pedestre de Campos, bem assinalado à entrada da aldeia.


Ao início, íamos sem grandes pretensões: queríamos só descer até ao rio e ver a ponte romana! Mas, como a temperatura estava agradável (nem muito calor, nem muito vento), era cedo e trazíamos comida e água, lá decidimos prosseguir à aventura!


O trilho tem a extensão de 13,8km, é circular, e tem altitude máxima de 1100m (próximo do Alto do Trovão) e mínima de 755m (junto à Ponte de Campos). Na placa à entrada da aldeia, está classificado como sendo de dificuldade média/alta. No geral, está bem assinalado, embora algumas das marcas estejam bastante espaçadas entre si, especialmente na zona mais alta do percurso. 


Demorámos quase exatamente cinco horas a completar o percurso, sem paragens de mais do que alguns minutos, mas também sem grandes pressas! Fomos apreciando a paisagem, o exercício e a conversa.



A aldeia de Campos é também conhecida pela sua praia fluvial (com uma piscina em pedra), mas que, desta vez, apenas observámos à distância. Fica a vontade de lá voltar, para usufruir em pleno; quem sabe, quando fizer mais calor!






Embora tivéssemos lido sobre a possibilidade de encontrar, durante o percurso, alguma vida selvagem (nomeadamente, javalis, coelhos bravos e algumas aves de rapina), a nossa principal "companhia" foi o gado autóctone, de raça barrosã. Tivemos alguns encontros imediatos!




E, por falar em encontros imediatos, também travámos amizade com uns quantos destes espécimes bem verdinhos, a coaxar nos charcos com que nos fomos cruzando, ao longo do percurso!...




Costuma dizer-se que a hora mais negra é aquela que antecede o amanhecer, e sendo verdade para várias coisas, também parece ser para os percursos pedestres. É quando o cansaço ataca, quando parece que vamos "morrer na praia", quando não damos com as marcas do trilho, e temos que avançar e retroceder algumas vezes... Também nos calhou, e já com Campos bem à vista!... Mas lá conseguimos dar a volta à questão, e aproveitar em pleno o último trecho do percurso.






Foi, sem dúvida, um fim de semana fantástico, com direito a tudo: descanso e aventura, sol e chuva, conversas e silêncio, história e paisagem. Viemos de baterias recarregadas e de corações cheios! Mais um presente (para ambos) daqueles que não têm preço: daqueles que ficam guardados no calor das memórias mais felizes.


1 comentário:

  1. Com estas paisagens verdejantes, estes amigos improváveis e o rio tão apetecível, em dias de mais calor e depois de um passeio que belo mergulho dará! ;)
    Portugal no seu melhor!

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